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Ainda estou aqui. Suando frio. Últimos suspiros. Confesso. Mas quando eu terminar de morrer de saudades, aí sim, vou poder voar! E adivinhe? Vou puxar teus pés para fora da coberta. Massagear um tempo infinito. Pés e canelas que desde então serão só meus.

Passarei madrugadas eternas sussurrando aos teus ouvidos. E esteja preparada com velas! Porque quando eu terminar de morrer de saudades, vou abusar de você. E depois sumir por uns tempos. Aguardar que morra, da mesma morte morrida invertida, de saudades minhas.

Sucumbirás. E eu? Rirei gargalhadas da minha cova, que ecoarão, nos teus tímpanos.

Suarás frio. Últimos suspiros. Doces.

Comerei um a um, começando pelo teu nariz. Lamberei o saldo aguado no meio das tuas pernas por sobremesa, e limparei a boca nos teus cabelos, feitos de guardanapo.

Vou te usar mortinha da Silva! E pode até me comer de volta, se quiser, que eu deixo. O teu gozo me elevará finalmente aos céus. Porque saudades, se isso passa, se isso pega, ah meu bem, morreremos juntinhos. Morro de amor por ti, te mato de amor, me ressuscito para te amar mais, te ressuscito para me amar outro tanto, e ainda não te amo tudo que tenho!

É preciso fôlego extra para dar conta de tanto apreço. “Aqui jaz dois apaixonados”, não lerão meus inimigos! Não enquanto eu viver. Nem antes de apodrecerem teus ossos.