Tags

A veces aeronave en cielo es similar a una estrela! (Cristiane Costa), foto de Auristela Bauer.

A veces
aeronave en cielo
es similar a una estrela! (Cristiane Costa), foto de Auristela Bauer.

Ah, estes novatos. Evidente que temos em mãos um romance brasileiro, perfeitamente possível de ser filmado no quintal de casa. Imaginem cenas como: a mocinha perdida do mocinho porque chegou de carro no aeroporto errado, música anos oitenta na rádio. Aviões de alta tecnologia fazem-na baixar o som, movimentando o ar com o som de decolagem que mais se parece com assovio de flauta. A nave cor de prata voa linha acima daquela delimitada para as relíquias teco-teco brancas com listras coloridas, adquiridas pelos funcionários da antiga cia aérea no leilão do Ministério do Trabalho. Preciosidades são restauradas e voar nelas deve ser como viajar de trem. Há oitenta destes aviões parados numa pista, abertos para visitas, e cinco em operação. É o que descobre ao pedir informações para um rapazinho usando piercing e destoando totalmente da paisagem provinciana. Ela lhe dá carona em troca de informações. Oferece água e ruffles. Ele aceita. Ela acha tudo muito engraçado. Ele sorri, tentando acreditar nos absurdos que ela inventa. Ela explica que procurou na internet o aeroporto naquela área, digitou o endereço no GPS e acabou caindo ali. Despede-se a seguir. Como era mesmo o nome dele? Liga para avisar que vai se atrasar. Foi bom ter comido um pouco de feijão, arroz, alface, tomate e batata. Dispensou o bife, ainda que estivesse incluído no preço do prato feito. Repara nas várias chamadas perdidas. Descobre um acesso rápido, mas a barreira caiu. Alguém repara num homem em pé há mais de hora. O telefone dele toca. É ela. Vai se atrasar. Mas não tanto que possam perder o voo. Histórias paralelas acontecem. Moscas voam sob o catchup das mesas da lanchonete enquanto uma moça muito gorda protege os ouvidos com um fone acoplado a um aparelho celular de última geração. Guardanapos voam ao lado da pista a cada quatro horas nos finais de semana, enquanto o mato cresce ao redor. Como naquela ciranda, da linda rosa juvenil.