As ilusões acabaram sendo todas desfeitas. Antes, por exemplo, eu costumava acreditar que escritores têm liberdade. Até que fui sendo, dia após dia, acomodada na minha própria baia. Leram “Dilbert”? Então. É isso. Uma mesa, uma tela, um caderno, alguns livros-referência, café. Tem quem prefira outras bebidas. Não recomendo. Nem comer e escrever. Alguém já estudou cientificamente e chegou a conclusão de que mascar inofensivo chiclete pode afetar a concentração. Deixar relaxado. Ficar com fome, por outro lado desaconselho. Falta energia. Claro que há controvérsias. O que não funciona pra mim, pode funcionar perfeitamente a outrem. For levar tudo à risca o caboclo que escreve está morto. E querer agradar então, danou-se. Tudo tem de ser desmistificado no começo, ou a pessoa se perde no raciocínio, cheia de medos. Mortos também podem deixar memórias, bastando um dia antes passar a senha da página da internet e o endereço secreto à amigo ou familiares. Analiso esta hipótese quando chegar mais perto da data. Me perdi onde estava. Ah sim. Ia falar sobre o amor, por exemplo. Antigamente (mentira que nunca foi verdade), para se escrever sobre o amor era preciso estar amando. Descobri amando, a falsidade que mora nisso. Todo tempo que o escritor gasta escrevendo sobre o amor, o amor da vida dele está em algum lugar – não creio! – transando com outra pessoa. Bobagem pensar assim. Ter ciúme infundado. Olha o caso da Letícia Wierzchowski. É bonita a história do livro “Eu@teamo.com.br“. Anoto a referência.
Parágrafo novo…